- Nº 2129 (2014/09/18)
Protesto contra a Lei do Arrendamento Rural

Governo retira a terra <br>a quem a trabalha

Nacional

Os rendeiros da Herdade dos Machados reuniram-se no dia 1 de Setembro frente à Câmara de Moura, onde reclamaram a anulação da denúncia dos contratos de arrendamento pelo Estado português.

Esta acção acontece depois de os rendeiros reformados, que exploram parcelas do Estado na Herdade dos Machados, em Moura, começarem a receber cartas do Ministério da Agricultura com a informação de que fica resolvido o contrato de arrendamento rural e que até ao próximo dia 31 de Outubro têm de entregar as suas terras.
A Comissão de Rendeiros – composta por Fernando Patrício, Francisco Farinho, António Coelho, Manuel Batista, Francisco Bexiga, José Moreno, Bento Carreto e Manuel Engrola – considera que esta é uma tentativa para retirar a terra a quem ainda a trabalha e exige que a sua «actividade seja respeitada e dignificada, e que os contratos dos rendeiros reformados passem, como sempre aconteceu, de imediato para os seus herdeiros (filhos ou netos) de modo a permitir assegurar a continuidade da actividade destas famílias de pequenos e médios agricultores», que só por si «criam mais de 200 postos de trabalho», e que «podem vir a duplicar com a extensão do regadio a estas parcelas».
O protesto dos rendeiros contou com o apoio da Confederação Nacional de Agricultura e da RURALENTEJO, e com a presença de João Ramos, deputado do PCP na Assembleia da República.
A Câmara de Moura aprovou, entretanto, uma moção onde acusa o Governo PSD/CDS de «querer pilhar», sem fundamento legal, os rendeiros reformados da Herdade dos Machados.